A água dura é uma condição comum que afeta instalações hidráulicas de hospitais e indústrias. Ela é caracterizada pela alta concentração de minerais dissolvidos, principalmente cálcio e magnésio, o que pode prejudicar o funcionamento de equipamentos médicos e também a qualidade dos processos industriais farmacêuticos.

No setor hospitalar, a água dura consegue aumentar as falhas de equipamentos e, consequentemente, os custos operacionais. Esses minerais afetam a esterilização de instrumentos e o funcionamento de sistemas de refrigeração. 

Para entender mais, a Yporã preparou este conteúdo completo sobre os impactos da água dura e como mitigar seus efeitos negativos. Confira a seguir!

O que é água dura?

A água dura é o tipo de água que contém alta concentração de minerais, principalmente íons de cálcio e magnésio. Esses elementos não são um risco à saúde das pessoas, mas afetam processos industriais e hospitalares sensíveis à composição mineral da água. 

Nesse sentido, é importante entender a classificação da água quanto à sua dureza, pois assim é possível verificar quais são os melhores tratamentos para cada tipo de ambiente. Veja:

  • Água macia: tem menos de 60 mg/L de CaCO₃;
  • Água moderadamente dura: entre 60 e 120 mg/L;
  • Água dura: entre 120 e 180 mg/L;
  • Água muito dura: acima de 180 mg/L.

Quais são as principais causas da água dura?

A formação da água dura ocorre através de processos geológicos naturais. Quando a água da chuva, naturalmente ácida devido à dissolução de dióxido de carbono atmosférico, infiltra-se no solo e entra em contato com rochas calcárias, dolomíticas ou com minerais como gipsita, ela dissolve esses materiais, incorporando íons de cálcio e magnésio. 

A distribuição geográfica da água dura varia. No Brasil, por exemplo, regiões como o Nordeste e partes do Centro-Oeste têm maior prevalência de água dura devido às características geológicas do subsolo. Já em países como Estados Unidos, Reino Unido e partes da Europa Continental frequentemente enfrentam problemas generalizados com água dura, o que levou ao desenvolvimento de tecnologias avançadas para seu tratamento.

Para indústrias, conhecer o perfil hidrogeológico da região onde estão instaladas é fundamental para fazer um bom tratamento de água. Análises periódicas da composição da água são indicadas para detectar variações sazonais ou alterações na fonte de abastecimento que possam comprometer processos críticos.

Como identificar a água dura?

Uma das maneiras mais comuns de identificação é o acúmulo de resíduos brancos em torneiras, chuveiros, equipamentos e caldeiras. Esse resíduo é a consequência da precipitação de carbonato de cálcio, uma das formas mais conhecidas de incrustação.

Em laboratórios e hospitais, o uso de água com magnésio ou cálcio leva a falhas operacionais em autoclaves, geradores de vapor e sistemas de osmose reversa. Isso exige um controle dos parâmetros físico-químicos da água.

Para confirmar a presença de dureza, o correto é realizar uma análise laboratorial da água. O teste de dureza mede a concentração de íons cálcio e magnésio, normalmente expressa em mg/L ou graus de dureza (°dH). Com esse dado em mãos, é possível definir estratégias para o tratamento adequado da água.

Diferenças entre água dura e água mole

A principal diferença entre água dura e água mole está na concentração de minerais, especialmente íons de cálcio e magnésio.

  • Água mole: possui baixos níveis desses sais minerais, o que a torna mais propícia para processos que exigem alta pureza, como esterilizações e formulações farmacêuticas. Forma mais espuma com sabões e detergentes, sendo ideal para higienização;
  • Água dura: contém maior quantidade desses elementos, é mais propensa à formação de incrustações e à interferência química nos processos industriais. Demanda maior uso de produtos químicos para alcançar o mesmo nível de limpeza da água mole.

Os impactos desse tipo de água em equipamentos industriais

A formação de incrustações calcárias nas áreas internas de esterilizadores, sistemas de resfriamento e caldeiras diminui a eficiência térmica, aumenta o consumo energético e encurta sua vida útil. Estima-se que apenas 1,5 mm de incrustação calcária consegue reduzir a eficiência energética em até 15%.

Em sistemas de distribuição de água, as incrustações progressivas causadas pela água dura diminuem o diâmetro útil das tubulações, aumentando a pressão necessária para manter o fluxo adequado e elevando os custos operacionais. Estas incrustações criam microambientes propícios para a formação de biofilmes, o que pode comprometer a qualidade microbiológica da água utilizada.

Além disso, a água com cálcio em altas concentrações interfere em processos de fabricação sensíveis, desde a formulação de medicamentos até procedimentos de limpeza e sanitização de linhas de produção.

Conheça os métodos de tratamento da água dura

É possível tratar a água dura de diferentes maneiras, mas isso dependerá da aplicação. Vamos conferir abaixo:

  • Abrandadores por troca iônica: utilizam resinas que trocam íons de sódio por íons de cálcio e magnésio;
  • Osmose reversa: remove até 99% dos minerais dissolvidos na água através de membranas semipermeáveis. É indicada para aplicações que requerem água de alta pureza, como em laboratórios farmacêuticos;
  • Dosagem de anti-incrustantes: produtos químicos que inibem a formação de depósitos calcários sem remover os minerais da água. São frequentemente utilizados em sistemas de resfriamento de grande porte;
  • Descalcificadores eletromagnéticos: equipamentos que alteram as propriedades de cristalização dos minerais através de campos magnéticos, que diminuem a formação de incrustações.

🚰 Leia também — Saúde e tecnologia: conheça a evolução dos elementos filtrantes

Qual a importância da qualidade da água?

A qualidade da água é uma condição básica para manter a integridade de processos médicos e farmacêuticos. A água dura é um risco quando negligenciada, principalmente em ambientes que dependem de equipamentos sensíveis.

Por exemplo, em hospitais, a água é utilizada desde a higienização até a produção de vapor e a preparação de soluções injetáveis. Se houver qualquer falha no controle da água, isso gera risco ao tratamento de pacientes. 

É indispensável avaliar as características da água em cada etapa do processo para não ter nenhum problema. A análise regular e o uso de sistemas de filtragem ajudam a manter os padrões de pureza exigidos pelas normas técnicas.

Conforme vimos até aqui, a água dura é realmente um desafio. A alta concentração de minerais, como cálcio e magnésio, podem até parecer inofensiva à primeira vista, mas têm seus efeitos acumulativos em equipamentos, o que aumenta os custos operacionais e prejudica os processos de esterilização e formulações de medicamentos. 

Por isso, os engenheiros e profissionais responsáveis pela infraestrutura técnica precisam entender sobre as características da água usada em seus sistemas. Ao utilizar abrandadores, osmose reversa e dosadores químicos, fica mais fácil controlar os efeitos da água com cálcio e magnésio. 

Então, conseguiu entender mais sobre a água dura? Esperamos que este conteúdo tenha lhe ajudado!

Para receber mais dicas sobre esse e outros temas, acompanhe o blog da Yporã. Até a próxima!