A água utilizada em procedimentos de hemodiálise não é apenas mais um recurso. Na verdade, ela é fundamental para a segurança dos pacientes com insuficiência renal, cujo sistema imunológico já está comprometido. Os contaminantes presentes nesse líquido podem colocar em risco a saúde dessas pessoas.

Como o sangue entra em contato direto com o fluido de diálise, qualquer impureza tem chance de causar complicações graves. Por isso, é fundamental manter o equilíbrio da pureza da água, o que evitará substâncias químicas, bactérias e endotoxinas prejudiciais. 

Hoje, vamos explicar quais são os principais contaminantes prejudiciais na água para hemodiálise e como garantir a pureza absoluta da água utilizada nesse tipo de procedimento. Acompanhe a seguir!

A importância da qualidade da água na hemodiálise

Os pacientes em hemodiálise são vulneráveis devido à ausência das suas funções renais, o que os coloca em um estado de maior suscetibilidade a infecções e complicações. Isso porque eles têm dificuldades de eliminar toxinas e impurezas

Nesse sentido, qualquer falha no processo de purificação da água pode ocasionar a absorção de substâncias tóxicas direto no sangue. Alguns contaminantes químicos como metais pesados, compostos orgânicos e agentes microbiológicos causam reações graves, comprometendo totalmente a saúde do paciente.

A purificação da água exige processos complexos e cautelosos, que incluem osmose reversa, sistema de filtração múltipla e monitoramento constante. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impõe diretrizes rigorosas para que a água utilizada no processo de hemodiálise esteja livre de contaminantes.

Portanto, é importante que você saiba que a qualidade da água nesse procedimento não é apenas um requisito técnico, mas uma garantia de segurança para pessoas vulneráveis.

💡 Veja também — O que define a qualidade da água no CME?

Os principais contaminantes da água na hemodiálise

Como vimos até aqui, a água para hemodiálise precisa ser livre de substâncias tóxicas. Os contaminantes químicos e microbiológicos facilitam o surgimento de intoxicações, distúrbios metabólicos e reações inflamatórias. 

Levando isso em consideração, é essencial entender quais são esses contaminantes para fazer um monitoramento correto e, em seguida, adotar tratamentos avançados para manter a segurança no procedimento. Abaixo, entenda mais detalhes sobre.

Contaminantes químicos

Esses tipos de contaminantes são uma das principais ameaças à qualidade da água para hemodiálise. 

Metais pesados

Alumínio, chumbo, arsênio e mercúrio são extremamente tóxicos e provocam intoxicações nos pacientes. Todos esses metais podem estar presentes na água de forma imperceptível, sendo verdadeiros invasores silenciosos, mas que tem um potencial destrutivo perigosíssimo. 

A presença desses metais na água para hemodiálise acarreta problemas graves. Por exemplo, o alumínio tem chance de causar encefalopatia dialítica, que afeta o sistema nervoso central e leva a demência progressiva.

Cloramina e cloro livre

Essas duas substâncias são comuns de serem utilizadas para desinfecção da água potável. Porém, quando apresentam concentrações elevadas na água, podem gerar hemólise (destruição das hemácias) e, consequentemente, anemia e problemas cardiovasculares.

Flúor e nitratos

O alto nível de flúor provoca osteoporose em pacientes renais. Já a quantidade exagerada de nitrato compromete o transporte de oxigênio no sangue, aumentando o risco de hipóxia.

Contaminantes microbiológicos

Os contaminantes microbiológicos são riscos ainda mais perigosos na hemodiálise. As bactérias, fungos e vírus proliferam-se nos sistemas de tratamento de água, desenvolvendo nichos microbianos que representam riscos à saúde dos pacientes.

Bactérias e endotoxinas

A presença de bactérias como Pseudomonas aeruginosa e Legionella comprometem a segurança do tratamento. Além disso, endotoxinas produzidas por bactérias Gram-negativas geram reações pirogênicas, febre e hipotensão severa.

Fungos e biofilmes

Os fungos e formação de biofilmes em tubulações também representam riscos, pois são de difícil remoção e podem alojar colônias de microrganismos patogênicos.

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Como manter o alto nível de qualidade da água para hemodiálise

Afinal, como da água para hemodiálise e evitar riscos de contaminação? O monitoramento contínuo dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água é essencial para assegurar a pureza. 

Para isso, é necessário adotar procedimentos de purificação para remover qualquer contaminante. Também deve-se fazer a manutenção periódica dos equipamentos e a higienização das tubulações e reservatórios, especialmente para diminuir o acúmulo de biofilmes e a proliferação de microrganismos. 

1. Monitoramento e análise da água

A qualidade da água na hemodiálise deve ser monitorada constantemente para evitar riscos aos pacientes. Isso inclui a realização de testes periódicos para detectar contaminantes químicos e microbiológicos. 

As análises precisam acontecer tanto na entrada quanto na saída dos sistemas de purificação, pois assim garantirá que a água esteja dentro dos padrões sanitários estabelecidos. 

Outro ponto é a implementação de protocolos rigorosos de segurança hídrica e a manutenção preventiva dos equipamentos. Um bom controle reduzirá a presença de substâncias tóxicas e microrganismos prejudiciais.

2. Tratamento por osmose reversa

A osmose reversa é um processo de purificação da água que utiliza membranas semipermeáveis para remover impurezas e contaminantes. Isso garante um fluido de alta pureza essencial para a hemodiálise. 

Esse método consiste em aplicar pressão sobre a água para forçá-la a atravessar uma membrana especializada, retendo substâncias nocivas como metais pesados, cloraminas, bactérias e endotoxinas.

Os benefícios da osmose reversa incluem a eliminação eficaz de microrganismos e toxinas, a redução da carga microbiana e a prevenção de complicações em pacientes em hemodiálise. 

Esse sistema também ajuda na segurança do tratamento ao garantir que a água utilizada esteja dentro dos padrões regulamentares exigidos. 

3. Manutenção e sanitização da rede e equipamentos

E, por fim, para manter o alto nível de pureza da água é importante realizar a manutenção e higienização periódica dos sistemas de armazenamento. 

Os reservatórios e tubulações devem ser limpos regularmente para evitar a formação de biofilmes, que podem abrigar microrganismos patogênicos. O acúmulo de matéria orgânica também prejudica a qualidade da água, por isso é essencial a remoção de detritos e incrustações.

Outro ponto importante, é que mesmo tratada, a água deve ser mantida em circulação constante, sendo esterilizada por UV e periodicamente por ozônio, fora do horário de atendimento de aos pacientes. 

A limpeza precisa ser feita com produtos específicos, seguindo todos os protocolos recomendados para desinfecção. Vale lembrar que as inspeções devem ser conduzidas para identificar eventuais falhas e garantir que os padrões de qualidade sejam mantidos. 

As manutenções preventivas ajudam a prolongar a vida útil dos equipamentos e reduzem o risco de contaminações. 

💡 Leia também — Manutenção preventiva e preditiva: quais as melhores práticas?

Conseguiu entender como a pureza da água para hemodiálise é importante? Os contaminantes químicos e microbiológicos prejudicam o procedimento e representam riscos graves à saúde. Por isso, todo o controle da qualidade da água é fundamental. 

Você deve monitorar continuamente e usar tecnologias como a osmose reversa, que é indispensável para um tratamento seguro. 

Vale ressaltar que a manutenção preventiva e a higienização correta dos sistemas também são fundamentais, pois eliminam o acúmulo de biofilmes e a proliferação de microrganismos prejudiciais. Os profissionais e gestores de clínicas de hemodiálise devem estar atentos às normas regulatórias.

Para se aprofundar mais sobre o assunto, recomendamos a leitura do nosso guia gratuito “Tratamento de Água para Clínicas de Hemodiálise”, produzido exclusivamente pela equipe da Yporã. Este material aborda todos os detalhes sobre a qualidade da água até os métodos de purificação, monitoramento e conformidade regulatória. 

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Lembre-se: a segurança está em primeiro lugar. Aqui, a pureza da água salva vidas!

Até a próxima!